Minas possui a mais
extensa rede rodoviária do pais: são 35.562 Kms, entre rodovias federais,
estaduais e municipais.
Possui a mais alta rodovia
do país: é na MG-435, na cidade de Caeté, que fica a 1716 mts de altitude, na
Serra da Piedade.
A maioria das estradas
levam a capital, num processo radial, mas todas as cidades também se interligam,
por rodovias em sua grande maioria, asfaltadas e de bom fluxo.
Governantes mineiros há muito vem
criando políticas nesse setor, visando não só a integração de seus 853
munípios, como o fluxo de mercadorias e pessoas, que são condição básica para o
desenvolvimento sócio-econômico do estado
OS CAMINHOS E ESTRADAS DE MINAS
Até os finais do sec.XV, os únicos
caminhos de país, eram as trilhas dos indígenas. Foi por esses caminhos, que
colonos paulistas, saíram de São Vicente, e subiram a Serra do Mar,
estabelecendo-se no planalto da futura cidade de São Paulo.
Foram os caminhos indígenas, também,
que serviram de trilha para Fernão Dias Pais Leme, adentrar pelo território do
hoje Estado de Minas Gerais, em 1674, transpondo a Serra da Mantiqueira, superando
a precariedade do caminho.
Quando do descobrimento do Ouro nas
Gerais, a única via de acesso, era o Caminho Velho, trilhado por Fernão Dias,
que saia de Paraty (RJ) e chegava a Vila Rica (Ouro Preto).
Esse único caminho, foi,
contudo, área de assaltos aos carregamentos de ouro, trazidos de MG. Quando não
eram roubados por esse caminho de terra, o eram por piratas no caminho das
embarcações para o RJ.
Para solução desse impasse, pensou-se
e criou-se, um outro caminho, que partindo do RJ, seguiria paralelamente ao
antigo caminho até Barbacena, daí, seguindo até Vila Rica. O camimho pioneiro
ficou conhecido como Caminho Velho, e este, partindo do RJ, como Caminho Novo.
No Velho demorava-se trinta
dias de viagem até Vila Rica; no Novo apenas quinze dias.
No Caminho Novo, Mascates
levavam mercadorias e notícias da Capital (RJ) até Minas.
A PRIMEIRA ESTRADA PARA AS MG
O engenheiro alemão Julio Frederico
Koeler, contratado pelo império, para construir grandes obras no RJ e em seu
entorno, foi chamado pelo Imperador D.Pedro II.
Já se espalhara pela Corte a capacidade
técnica desse engenheiro, com construção de Igrejas, Fazendas, Estradas e
obras de infra-estrutura
para a capital.
Assim em 1841, D.Pedro II o encarrega
de construir um caminho de rodagem, melhor, entre o Porto de Estrela(perto da
atual Nova Iguaçu) e Petrópolis. Nesta
cidade, que ele também construíra, a família real costumava passar temporadas
na Fazenda Córrego Seco, e o caminho mal construído, dificultava a viagem do
Imperador.
Esse caminho, seria o inicio
para o prosseguimento até Minas.
O nome desse caminho
seria, Estrada Normal da Serra da Estrela, que existe até hoje.
Naquela época, para se chegar até MG,
seguia-se de barco até Porto Mauá, daí pela péssima estrada até Raiz da Serra,
e então ir pela nova estrada, num percurso de 14 Kms até Petrópolis.
Inaugurada a primeira estrada de ferro
do país, de Porto Mauá á Raiz da Serra em 1854, o tempo de viagem foi reduzido
em quatro horas. A viagem á
Petrópolis, ficaria assim: começava por via marítima até Porto Mauá, daí de
trem até Raiz da Serra, e seguia por diligência pela Estrada Normal da Serra da
Estrela.
A Estrada União e Indústria, foi o
caminho inaugurado que ligava Petrópolis
à Juiz de Fora, em MG.
Ainda existe, mas é de
menor fluxo, já que foi construído um trecho mais reto e portanto de melhor
fluidez, nos anos 70.
Em 1854, o comendador Mariano Procópio
Ferreira Lage, rico fazendeiro de Juiz de Fora, recebeu a concessão por 50
anos,
para construir uma estrada
que partindo de Petrópolis chegasse á Juiz de Fora. Teria licença à cobrança de pedágio, sobre o
fluxo de mercadorias, do Porto do RJ
para as MG.
O fluxo se dava pelos
Mascates, levando mercadorias no lombo de burros para MG, e carroças
transportando café e outras mercadorias para o RJ.
A construção começou em 1854, e foi inaugurada por D.Pedro II, em 1861. Foi construída em pedra britada, saibro e recalque de cilindro, numa distancia de 144 Kms, o que dava a incrível velocidade de 20 Kms por hora nas diligências da época.
Essa estrada foi a pioneira nos caminhos
para MG, onde o fluxo de mercadorias importadas da Europa, chegavam às MG.
Foi caminho rodoviário até
os anos 70, substituído por outro mais producente.
Nos anos 20 do sec.XX, a
responsabilidade pelas estradas no estado, era das prefeituras municipais. Ao
estado caberia as mais importantes. Essa dispersão não se mostrou produtiva.
Criou-se então a Inspetoria Geral
de Estradas,subordinada à Secretaria de Viação e Obras Públicas.
As cidades se
multiplicavam, e cresciam, no território mineiro, e a interligação entre elas
se fazia necessário, uma vez que os objetivos governamentais era o
desenvolvimento.
Para dar mais dinamismo à construção
das estradas, foi criado o Departamento de Estradas de Rodagem de MG, em
substituição à Inspetoria Geral de Estradas.
A questão das rodovias, tornou-se uma
questão de estado nos anos pós segunda guerra mundial. Os tempos industriais
exigiam a ligação em nível federal e estadual. As produções deveriam circular,
e pessoas mudavam-se do meio rural para as cidades que se industrializavam.
Assim o governo federal cria em 1945,
o Fundo Rodoviário Nacional, disponibilizando ajuda financeira aos estados,
culminando com a criação do DER Nacional.
Minas foi contemplada com
significativo apoio, já que possuía o maior número de municípios. Dessa forma é
criado em maio de 1946 o Dep.Estradas de Rodagem de MG, a quem caberia
administrar o Fdo Rodoviário Nacional na construção das estradas do estado.
TEMPOS DO RODOVIARISMO MINEIRO
Até 1945 as estradas de Minas eram de
terra e cascalho, verdadeiros caminhos de diligência.
Em 1951 toma posse o
governador Juscelino Kubitscheck, com o lema, “Energia e Transporte”, e
concretizou o prometido, com ajuda da União e iniciativa privada. Ao término de
seu governo, o estado já não era o mesmo, com várias rodovias construídas, e
eletrificação melhorada, com instalação de várias usinas hidrelétricas.
O orçamento para rodovias em MG,
aumentou no período JK em 300%, ajudando
na concretização das metas de JK.
Em 1953 inaugurou-se a
sede do DER-MG, com presença do governador.
METAS PÓS 1964
Esse período foi o de prioridade às
rodovias, e o ostracismo das ferrovias.
A indústria automobilística do país,
tornava-se vigorosa, e pediu apoio para suas vendas ao governo implantado.
O governo começa a
abertura de rodovias em todos os estados brasileiros, tornando o país integrado
nacionalmente, por essas vias.
Construiu-se mais, e
melhorou as atuais, sendo a mais significativa, a abertura da Transamazônica,
ligando o pais de leste à oeste.
Nesta empreitada foi ajudado pela agência
norte-americana
USAID (Aliança para o
Progresso), e posteriormente pela GEIPOT
(Grupo Executivo
p/Implantação da Política de Transporte) que modificou substancialmente o
quadro rodoviário do país.
Nos anos 70, o rodoviarismo em Minas,
deu os derradeiros passos para conclusão da malha rodoviária.
O desenvolvimento nesse
setor era evidente, e bastava apenas
melhorar a malha já
concluída. O DER mineiro contava à
época, com 30 Coordenadorias Regionais, subordinadas diretamente ao
Diretor-Geral. Novas técnicas administrativas, por necessidade, foram
implantadas. Minas estava totalmente interligada.
Nos anos 90, o DER-MG tornou-se
responsável por todo o transporte em MG, inclusive do trânsito na capital, e
sua estrutura era composta por 40 Coordenadorias Regionais.
TEMPOS
ATUAIS
O DER-MG administra a mais longa
malha rodoviária do país. Tem se aprimorado tecnologicamente, se informatizado,
para poder acompanhar a complexidade que se tornou todo o trânsito rodoviário
do estado de MG.
Hoje é possível a intercomunicação
entre todas as cidades de Minas, por boas estradas asfaltadas e sinalizadas,
visualizando lindas paisagens, conhecendo as belíssimas cidades históricas,
desfrutando de sua natureza, e sua culinária.
O interligação da economia
do estado, e entre este, e as demais unidades da federação, é plenamente
satisfeita através da malha rodoviária do estado.
O Programa Processo, programa criado
pelo governo mineiro, objetiva asfaltar as estradas que ainda não são,
notadamente no norte do estado, e no triangulo mineiro, para dar vazão à
produção agrícola.
PRINCIPAIS ESTRADAS FEDERAIS EM MG
As principais estradas federais,que
cruzam o estado de MG são:
- BR-040= Liga RJ/BH/Brasília-De BH ao
RJ são 434 Kms, e de BH à Brasília são 716 Kms. Esta estrada é uma importante
via, e liga estados e cidades das mais importantes do país;
- BR-116 – Em Minas é a famosa
Rio-Bahia. Corta o estado internamente,
servindo de ligação entre importantes cidades do estado.
- BR-153= Situa-se no Triangulo
Mineiro, e serve como via de escoamento à produção agropecuária da região.
- BR-262= Liga Vitória ao Triangulo
Mineiro, passando por BH. Acessa o Centro-Oeste do estado;
- BR-265= Dirige-se às cidades do
Sul de Minas, Lavras, Boa Esperança, Três Corações;
- BR-267= Liga a BR-381 (BH/SP) no
sul do estado à J.Fora;
- BR-365= Liga o Triângulo e o
Norte de MG à Goias. Acessa a
Rio-Bahia (BR-116);
- BR-459= Conecta cidades das
regiões Sul e Sudeste.
Existem ainda as seguintes
estradas federais que cruzam o território de Minas: BRs: 120, 251, 259, 342,
252,34, 356, 367, 381, 383, 393, 418, 460, 482,491, 497 e 499.
CODIFICAÇÃO DAS ESTRADAS BRASILEIRAS
Muitos ignoram porque as estradas
começam com 0, 1, 2, 3 ou 4. Trata-se da direção, longitudinal, transversais,
etc.
Vejamos como funciona:
- BRs que começam com 0(zero)-Ex: BR-040-
são as Radiais. São as que partem do DF(Brasília) em direção aos extremos do
país;
- BRs que começam com 1-Ex:BR-101-são as
Longitudinais-direção Norte-Sul;
- BRs que começam com 2-são as
Transversais-são as que tem direção Leste-Oeste-Ex:BR-265;
- BRs que começam com 3-Ex: BR-381- são
que cortam na direção oblíqua;
- BRs que começam com 4- são as que
servem de ligação, e geralmente são de pouca extensão.
No âmbito dos estados, seguem o mesmo
padrão.
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