A exploração econômica das
terras brasileiras, naqueles idos do final do sec. XVI, dava-se pelo cultivo da
cana de açúcar (principal) , fumo e algodão, em terras nordestinas.
No Sudeste/Sul, a produção se limitava a
agricultura de subsistência, pecuária, preação de índios, algumas incursões a
procura de drogas do sertão, minérios preciosos, e, só.
Assim caminhava o Brasil, até a
descoberta de ouro nas Gerais.
Desde o princípio do sec. XVI,
a procura de ouro e pedras preciosas, era incentivada pela coroa portuguesa.
Até que entre 1693 a 1698,
deu-se as descobertas em suas terras.
Há varias controvérsias sobre o primeiro
achado. Alguns afirmam que Borba Gato (genro de Fernão Dias, precursor da
Entrada em MG) foi o primeiro a encontrar Ouro nas cercanias de Sabarabuçu,
outros que um componente da bandeira de Antonio Dias o fez, ao pé do Pico do
Itacolomy nas proximidades de Mariana.
A partir daí, o país transformou-se
radicalmente.
O centro econômico passou
do nordeste para o sudeste. A capital, para maior controle da riqueza,
transferiu-se de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), e a economia
inter-províncias se dinamizou.
O afluxo de pessoas para a região, se
deu de maneira bastante forte, com a emigração chegando a 100 mil pessoas em
cerca de trinta anos.
A concentração de pessoas
num mesmo local, inaugura a urbanização no país. De um país eminentemente
agrário, representado pelos engenhos e casa grande do nordeste, passou a ter
uma sociedade urbana, burguesa, com componentes da classe média e trabalhadores
livres.
A riqueza pela mineração aurífera, fez
com que a coroa portuguesa
mudasse paradigmas de governabilidade. Um novo
aparato político-administrativo foi implementado, com fixação de um staff de
burocratas
para maior fiscalização, a
implantação de contratadores, batalhão de guardas e milicianos para impor a
ordem entre a população.
Foram criadas as Casas de Fundição, onde
o ouro arrecadado
era quintado, ou seja,
marcado com insígnia da coroa, para poder circular na província, ao mesmo tempo
que se arrecadava o imposto do quinto, ou seja os 20% que era o imposto real.
A riqueza trazida pela extração
aurífera, tornou a região a mais rica da colônia, mudando paradigmas,
enriquecendo pessoas e demonstrando, através da arquitetura Barroca de suas
igrejas e casarios, o poderio econômico e social da região. Protestos houveram contra
o abuso tributário da metrópole, como a Revolta de Felipe dos Santos em 1720, e
a Inconfidência Mineira em 1789, mas logo sufocadas violentamente por forças da
coroa.
Hoje vemos o que foi aquele período
pujante da história do país, cujo legado de suas construções Barrocas foi
alçada a Patrimônio da Humanidade pela Unesco, não esquecendo das
transformações sociais, com a ascensão de uma classe de trabalhadores livres,
que ajudaram a edificar aquela sociedade.
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