A educação no Brasil, em
seus primórdios, fora entregue aos padres jesuítas. Essas ações se davam
basicamente no litoral do país, lugar onde as populações se fixaram. Seus
trabalhos seriam o aculturamento dos indígenas, e a instrução aos filhos de
latifundiários e senhores de engenho.
O interior brasileiro ainda não tinha sido
desbravado, o que só ocorreu com a descoberta do ouro em MG.
Receoso, a coroa
portuguesa, proibe a instalação de ordens católicas naquela região.
Com isso, a educação em Minas, não teve
quem a ministrasse.
Os religiosos que para lá se dirigiram,
pouco ou quase nada fizeram, preocupados com o próprio enriquecimento.
Os judeus, cristãos novos, há muito já
estavam no Brasil, fugindo das perseguições a seu povo na península ibérica.
Como cristãos novos,
vieram para o Brasil, se fixando primeiro em Salvador, Recife, Paraíba, Pará, e
com a descoberta do ouro em MG, muitos se transferiram para a região das
minerações.
Viam em MG uma espécie de “terra
prometida”, onde poderiam trabalhar e enriquecer. Assim se imiscuíram na
sociedade mineira, ocupando várias atividades como, mineradores, comerciantes,
advogados, médicos, alferes,etc.
Aceitaram o catolicismo,
forçados que foram pela coroa portuguesa, e para sobreviver. Entretanto no
íntimo, no interior do lar, continuavam com as praticas do judaísmo.
Sua cultura, e suas práticas de educação,
se perpetuaram, e onde vivessem, mantinham suas tradições; foi assim em Minas.
A
ausência de diretrizes pela coroa portuguesa, fez com que a sociedade mineira, acabasse absorvendo o
modo de vida dos judeus-cristãos novos.
A característica do povo mineiro, de
retraído, introspectivo, ensimesmado, desconfiado, tem influência dos
judeus-cristãos novos. Estes, temerosos de
serem descobertos nas suas práticas religiosas, não se abriam muito, não
conversavam abertamente, principalmente com os cristãos velhos, o sentido de
desconfiança estava sempre alerta. Se
descoberto pelas suas práticas do judaísmo,
poderiam ser presos, seus bens confiscados, e remetidos presos pela
inquisição, e possivelmente mortos.
Assim, vemos paralelo, com a personalidade
do mineiro, que é ser arredio, desconfiado, não se abrir a primeira vista, mas
que merecendo sua confiança, terá uma amizade leal e verdadeira.
ALGUNS COSTUMES JUDÁICOS ABSORVIDOS PELA
SOCIEDADE MINEIRA
- JURAR POR UM PARENTE
MORTO;
- PASSAR A MÃO NA
CABEÇA=Relevar, Perdoar. É benção judaica.
- VARRER A CASA DA PORTA
PARA DENTRO= Costume judaico.
- PASSAR MEL NA BOCA=
Fazia-se na criança quando da circunsição, para evitar o choro.
- PARA O SANTO= Ao se tomar um drinque,
joga-se um pouco no chão “para o santo”.É costume judaico, do período da
páscoa, quando era oferecido para o profeta Elias.
- PUNHADO DE TERRA= Nos
sepultamentos, joga-se sobre o caixão.
Costume judaico.
- BOTAR A CARAPUÇA= Vem
dos tempos da Inquisição.O réu era obrigado a usar uma carapuça, assumindo a
culpa.
- JUDIAR= É um ditado
popular. Refere-se aos maus tratos e sofrimentos infligidos ao povo judeu.
Eis pois que a civilização e os costumes judaicos, influenciaram a
sociedade mineira, e mesmo a brasileira, que trouxeram contribuições
positivas.
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